15/04/2010

ASSOMBRAS:

Sob as sombras
Dos teus cílios-núvens
Escondem-se
Álcool-íris zonzas,
Boiando
No céu
Branco e Vermelho.
Foges
Sob essas sombras
D’onde chovem salgadas
Lágrimas amargas
Que lavam os sonhos
Desses olhos bêbados
Teus,
Que agora já(zem)
Não meus.
NANA, BRASIL...

Foi, foi, foi
Foi de escopeta
O tiro na criança
Que dormia
Na sarjeta.
(Até o boi fugiu)
HOJE TEM MARMELADA:

Sou um palhaço
Desastrado.
Fiz meu circo
Pegar fogo.
Mostrei tá-lento,
Fui bem votado:
Serei ministro
Do Brasilodo.

07/04/2010

CASAS BAHIA:

Fiz grande aquisição
Pra pagar a prestação
(Com a própria vida
Iludida).

Produto fino,
Não me engano,
Eu tenho tino:
Comprei cultura
Feita pura
Em poliuretano.

É plástica,
Resistente,
Manufaturada pra massa
Inconsciente.

É importada,
Vem enlatada.
Disseminada
Não se degrada
(Nem evolui,
Só in-flui).

Midiada.
Piada.
Nada.
Alegoria.

E a garantia?
Anota:
A nota
Ninguém viu.
Vazio.

05/04/2010

Saudade no Breu:

Sol, dá de você
Ir embora,
Deixar vazio
O céu
Da minha boca
Levar
O calor molhado
Da chuva
De lágrimas,
Da despedida.
E passo...
Sonhando
Até o amanhecer.
Te ver...
E viverDe luz.