31/03/2010


FAZER-TE FELIZ:

Pensei em te dar um presente,
Algo que te fizesse contente.
Flores foram a opção
Para tocar teu coração.

Flores para perfumar,
Cores a encher teu olhar.
Seria o agrado perfeito,
Mas nelas achei um defeito:

Arrancadas as flores seriam
E, em breve, murchariam.
E vida morta não quero dar
A quem me dá vida ao amar.

Decidi que será diferente,
Como o nosso amor, o teu presente:
Plantar e cuidar iremos,
Para felicidade colhermos.

Verás florir e frutificar.
A beleza virá lentamente...
Vida viva para te presentear:
Não mais te dou flores, mas sementes.

30/03/2010

VERDE:

Vou falar da flor ávida
Que convida, que seduz.
Da flor que transcede a vida
E, como a vida, vem da luz.
Cresce, floresce, norteia,
Semeia e se reproduz,
No pós dor de pó refaz-se,
(Raiz forte) flor renasce.
Com mais porte resplandesce
Exubera e prolifera
Sem pudor, é quem dá luz.
Dá-me vida. Falei do Amor.

29/03/2010

Que Nada!


Pára a nóia!!

... Paranóia que não pára ...

Para a Nóia, sim, pára.

Já sem nóia, para-se.
Para-se e se vê:
Que a Paranóia não pára.

... Mas não para a Nóia ...

Pois só vê que não pára
Quem vê sem nóia
A Paranóia feita para a Nóia.
(Nóia que não vê,
E que sem a Paranóia,
Pára.)

Que Paranóia! Que Nada!...

28/03/2010

Meu pé de Maracujá:

Rachou-se outro ovo no ninho,
Achou-se sob plumas de nino,
Aquecido por quem frio passava,
Coberto de quem a chuva molhava.

Era ela: a protetora,
E ele – em alternância de cargo.
Era a mãe: acolhedora,
E a Ave-Pai (reincidentes no fardo).

Seus irmãos, muitos, já plainavam,
Mas o ínfimo-ser tinha tratos de único,
Santo, ouro, incenso e mirra
Pelos miniaturistas pais que o esculpiam
GIGANTE: cresceu no berço púrico
Do amor alheio ao medo-mundo que gira.

Brotam as penas, aprende-se a voar.
Asas levam ao longe, pela imensidão do (a)mar.
Mas há um eterno seguro cais
Por cujo valor e calor nunca jaz.
Pois por mais distante que se vá
A real paz e aconchego mantêm-se lá...
Sob as penas molhadas da tempestade,
Hospitalidade divina, materna felicidade.
Amo vocês – eterna verdade.

25/03/2010

ROEM DORES

Rapariga rumada a Roma
Rosna e roça e ronca.
Rica e rouca ria
Ria em ruína a rua.

Atoa, no atrás austral
Ala-se ao ater-se anta:
Atuando amar a alma
A almejar atingir o anel.

Tema o touro ao toureiro,
Também toureiro ao touro!
Tanto tribunal tem tesouro,
Tem tesouro o tribunal.

Ora, ora-se a oráculos
Outros outonos, ou odeiam-se
Óculos que olhem que é outrora
Ode ao obscuro hoje.

Somam-se sem-senso ou sentimentos
Sem saberem que sucumbem sós.
Soberba são pela soberania,
Sonsos súditos pela sobriedade.

23/03/2010

Novos Sertões?

A Terra ainda é igual,
Compõe-se pior, no entanto,
Pois o lixo cinza e letal
Faz do verde jazer o encanto.

O Homem já acha banal
Miséria, sexo, roubo e pranto.
Quando, à massa, o norte é fatal,
Amassa e manipula tanto.

E na guerra não rara ou casual
Todos matam, não salva santo.
Primata hierarquia desigual
Tem na mídia a luz sob o manto.

Ignora a aldeia global
Junk Kids sem qualquer acalanto,
De canudo sugadas ao mal.
Sem Estado, estatus dita o canto.

21/03/2010

RÉUS REIS SÃO.

Alma vem
corpO chega
tempo Pára
idéia passA.

corpo VEM
ALMA chega
idéia PÁRA
TEMPO passA.

Tempo VEM
IDÉIA chega
alma PÁRA
CORPO passa.

Idéia vem
tempO chega
corpo Pára
alma passA.

20/03/2010

Protótipo é estereótipo. À ótica a biótica!

Compra o senso comum ledo engano,
Mas Bahia não faz o baiano.

O baiano é quem faz baiano
O baiano que faz a Bahia,
Bailando com fita e com tinta
(Da festa que é todo dia) pinta
A cor colorida brotando no chão.

Cor que madrasta Terra acredita
E não vê, pois tamanha magia
Ofusca do oeste o penúmbro irmão.

Sob Um Céu de tanta antagonia,
Onde o negro Laranja-Sol dita:
Sina da indi-Gente-sertão,
Que morre, baia de pão, na agonia.
Deserdada do som, sonho e alegria
(Souvenirs num Planeta-Ambição).

19/03/2010

relA TO Aler


ADOLESCE O NETO
em versos pueris
de sonhos senis,
passado sem bis,
futuro é um x.
ADOIDESSE A CIÊNCIA
planos de magnitude
atingidos sem consciência
reduzem-se à virtude
da posse de experiência
ADOECE A ATITUDE
nesse certo trajeto,
próspero desde o projeto
da raspa que era o feto
do tacho que é o afeto
ADORMECE A ATRIZ