14/06/2010

FIM DE SEM-MANÁ:

Ali mente
Mídia-fermento
A mentes azimas
(Meninas...
Azininas).

De cá
Caduca
Quem e-duca
(Dos-sente)
Sem alimento
Céu i-maná.
ÓSCULOS DO OFÍCIO:

Pés dum anjo
Que voam,
Caso musical
Coberto-en mel,
Labirintos
Talvez distintos,
Incerto céu.
Razão a qual
Mentes povoam,
Digo “não manjo”.
PIA IDADE: PIEDADE AO SENHOR:

Grito por liberdade por
Suas sístoles, diástoles
Que rufam abafadas.

Prisão-peito sufocante,
De leite-lágrima vertente,
Suplicando por colo,
Jurando “te adoro”.

Eu cá preso, então, choro.
Fujo! emancipadamente
Do seu amor-seio pulsante,
Suas verdades criadas,
Minhas síndromes, catástrofes
Dessa vassalidade-amor.

10/06/2010

FUMAÇA-MARIA:

Amor passageiro
Sem bilhete embarcado
N’alma-estação.
É desse forasteiro
O dialeto falado
Fora da razão
Pelo qual norteio
Corpo descarrilhado
Do meu trem-coração.
ÍNTIMA AÇÃO:

O que se passa
Com essa
Geração
Que só passa
Com pressa
E não gera?

Desperta,
Ó massa iludida,
Antes que troquem
No sono profundo
Os sonhos de um mundo
Pelo de um só homem,
Manipulador canalha,
Que compra sua vida
E a faz migalha
Neoliberal.

Desperta!
Faz dessa passagem
Luta de coragem
E não carnaval.
3º IN-MUNDO CÃO:

Paixão
Pai
Chão
Pátria
Tria
Gem
Talha
Gen
Te
São
Sem
Men
Te
- Lha,
Nem
Pão,
Nem
Ação.
Cão
Sem
Pai,
Chão.
Desilusão.
MEDO:

Treme. A pele.
Frio suor.
Aproxima-se ela,
Aponta a ponta,
Oca e tonta.
Chega e fura, e entra
Na epiderme e derme
(do Verme).
Rasga o sangue
Na quente carne, que esfria
Do gelo injetado gelado.
- “O pior já passou.”-
é a fé na cura
Ligada à tensão por tendão.
Tendão-tensão,
Tendão-tensão,
Tendão-tensão...
E pulsa o coração,
O tambor, temor, terror,
Que in-pulsa a veia implodida
De medo de injeção.
A VOLTA:

Em meu rosto corre a lágrima fugida
Dos olhos que há pouco viram partir
Aquele que sequer tentou me ouvir.
Deixou-me só, de alma partida.
Em vão tento sua ida evitar,
Minha triste voz cansada
Não tem forças pra chamar.
A mim, resta sofrer a dor calada:
Foi-se o sentido do futuro.
E, ao perder o olhar no horizonte,
Encontro-me, vendo sua volta hesitante
Pois sinto estar ainda em seus olhos
Verdes, o nosso amor maduro.
EVA:

Quantos poemas
Precisamente preciso
Fazer
Para ser
Poeta?

Quantos filhos
A fêmea
Tem que Ter
Para ser
Mãe?

Sou poeta
De poucos
Filhos
Únicos.

Mas...
Minha
Mente-Útero
É fértil
No cio
E não aceito
InseminaçãoArtificial.

15/04/2010

ASSOMBRAS:

Sob as sombras
Dos teus cílios-núvens
Escondem-se
Álcool-íris zonzas,
Boiando
No céu
Branco e Vermelho.
Foges
Sob essas sombras
D’onde chovem salgadas
Lágrimas amargas
Que lavam os sonhos
Desses olhos bêbados
Teus,
Que agora já(zem)
Não meus.
NANA, BRASIL...

Foi, foi, foi
Foi de escopeta
O tiro na criança
Que dormia
Na sarjeta.
(Até o boi fugiu)
HOJE TEM MARMELADA:

Sou um palhaço
Desastrado.
Fiz meu circo
Pegar fogo.
Mostrei tá-lento,
Fui bem votado:
Serei ministro
Do Brasilodo.

07/04/2010

CASAS BAHIA:

Fiz grande aquisição
Pra pagar a prestação
(Com a própria vida
Iludida).

Produto fino,
Não me engano,
Eu tenho tino:
Comprei cultura
Feita pura
Em poliuretano.

É plástica,
Resistente,
Manufaturada pra massa
Inconsciente.

É importada,
Vem enlatada.
Disseminada
Não se degrada
(Nem evolui,
Só in-flui).

Midiada.
Piada.
Nada.
Alegoria.

E a garantia?
Anota:
A nota
Ninguém viu.
Vazio.

05/04/2010

Saudade no Breu:

Sol, dá de você
Ir embora,
Deixar vazio
O céu
Da minha boca
Levar
O calor molhado
Da chuva
De lágrimas,
Da despedida.
E passo...
Sonhando
Até o amanhecer.
Te ver...
E viverDe luz.

31/03/2010


FAZER-TE FELIZ:

Pensei em te dar um presente,
Algo que te fizesse contente.
Flores foram a opção
Para tocar teu coração.

Flores para perfumar,
Cores a encher teu olhar.
Seria o agrado perfeito,
Mas nelas achei um defeito:

Arrancadas as flores seriam
E, em breve, murchariam.
E vida morta não quero dar
A quem me dá vida ao amar.

Decidi que será diferente,
Como o nosso amor, o teu presente:
Plantar e cuidar iremos,
Para felicidade colhermos.

Verás florir e frutificar.
A beleza virá lentamente...
Vida viva para te presentear:
Não mais te dou flores, mas sementes.

30/03/2010

VERDE:

Vou falar da flor ávida
Que convida, que seduz.
Da flor que transcede a vida
E, como a vida, vem da luz.
Cresce, floresce, norteia,
Semeia e se reproduz,
No pós dor de pó refaz-se,
(Raiz forte) flor renasce.
Com mais porte resplandesce
Exubera e prolifera
Sem pudor, é quem dá luz.
Dá-me vida. Falei do Amor.